RTX 5060 Ti sem 8-pin? ZOTAC cria GPU que funciona só pelo slot PCIe

Uma RTX 5060 Ti sem conector 8-pin parece impossível, mas não é mais. A ZOTAC apresentou um método totalmente diferente do que o mercado está acostumado, criando uma solução capaz de alimentar uma placa de vídeo de desktop apenas pelo próprio slot PCIe — algo que, até então, ninguém havia colocado em prática dessa forma no segmento de mini PCs de alto desempenho.

O mini PC ZOTAC Magnus EN275060TC veio para provar que cabos de força podem se tornar opcionais. Em vez de usar o tradicional conector de energia de 8 pinos, a ZOTAC desenvolveu uma interface PCIe modificada, dividida em dois canais independentes: um dedicado aos dados e outro responsável exclusivamente por entregar energia elétrica diretamente da fonte para a GPU.

Com isso, a empresa conseguiu colocar uma RTX 5060 Ti completa — com 16 GB de memória — dentro de um gabinete minúsculo de apenas 2,65 litros. E tudo isso mantendo o desempenho padrão da placa. É um feito técnico que chama a atenção pela ousadia e pela viabilidade prática.

Tabela de perguntas e respostas

Pergunta Resposta
O que a ZOTAC fez de diferente no mini PC Magnus? Dividiu o slot PCIe em duas partes: uma para dados e outra para energia elétrica, eliminando cabos extras.
Qual placa de vídeo usa esse sistema? GeForce RTX 5060 Ti de 16 GB, versão desktop.
Como funciona essa interface híbrida? Um canal PCIe 5.0 x8 transmite dados; o outro canal x8 envia energia diretamente da fonte.
Qual a principal vantagem? Permite usar uma GPU potente em um gabinete minúsculo sem cabos 8-pin.
A GPU perde desempenho? Não. A largura de banda do PCIe 5.0 x8 é suficiente e entrega 180W estáveis.
Funciona com qualquer placa de vídeo? Não. O limite é cerca de 200W; GPUs mais fortes não são compatíveis.
É possível fazer overclock? Sim, mas o resfriamento do mini PC não sustenta 180W constantes.
Quem revelou os detalhes técnicos? O site HKEPC, após desmontar o sistema.
Existe algo parecido no mercado? Não. Nem o padrão ASUS BTF replica essa abordagem.

Como funciona a interface PCIe dupla da ZOTAC

Para entender como a RTX 5060 Ti opera sem o famoso conector 8-pin, precisamos olhar para a engenharia aplicada pela ZOTAC. O mini PC Magnus utiliza um slot PCI Express dividido fisicamente, mas integrado eletricamente à placa-mãe. Essa divisão cria dois conjuntos de contatos: um responsável pelos dados e outro pelo fornecimento de energia.

A metade dedicada à comunicação opera em PCIe 5.0 x8. Isso significa que, mesmo sem um canal x16 completo, a placa possui largura de banda mais do que suficiente para rodar jogos, renderizar, acelerar IA e entregar todo o desempenho que uma RTX 5060 Ti pode oferecer.

A segunda metade — também PCIe x8 — existe apenas para transmitir energia. Essa é a verdadeira inovação. Normalmente, o slot PCIe de uma placa-mãe fornece no máximo 75W. Esse limite nunca foi suficiente para alimentar uma placa de vídeo moderna. Mas a ZOTAC não está usando o padrão comum: ela criou um segundo “meio slot” apenas para eletricidade, ligado diretamente à fonte do sistema.

Assim, ao invés de pedir um cabo 8-pin tradicional, a RTX 5060 Ti recebe até 180W diretamente por esse canal dedicado. Ao somar os 75W teóricos do canal de dados com a entrega elétrica reforçada no canal adicional, o consumo máximo da placa é atendido sem comprometer estabilidade.

Por que isso funciona? Entendendo o desenho elétrico

Para que uma GPU deste nível funcione sem conectores externos, é necessário mais do que apenas energia suficiente: é preciso controle, gerenciamento térmico e integridade de sinal. O slot híbrido criado pela ZOTAC respeita todos esses requisitos ao separar funções e reforçar trilhas elétricas, mantendo a entrega de energia com baixa perda e sem sobrecarga.

O resultado é um sistema fora do comum, mas totalmente funcional. Ele lembra, em certa medida, padrões de alimentação industrial e conceitos vistos em servidores compactos, onde energia e dados muitas vezes percorrem caminhos físicos diferenciados para otimizar espaço.

Por que isso é importante para o mercado?

A tendência dos últimos anos é clara: gabinetes menores, PCs compactos mais potentes e soluções altamente integradas. A ZOTAC conseguiu fazer algo que aponta para esse futuro, onde GPUs de desktop poderão operar em espaços que antes eram dominados por placas mobile ou APUs.

Além disso, enquanto os conectores tradicionais como o 8-pin e o 12V-2x6 se tornam mais robustos e mais complexos, surge agora uma alternativa inesperada — usar o próprio slot PCIe como canal de energia reforçado.

Essa abordagem pode inspirar outros fabricantes a explorar caminhos semelhantes, principalmente para sistemas compactos que não comportam cabos tradicionais. Ao remover fios e conectores, reduz-se o volume interno, melhora-se o fluxo de ar e simplifica-se a montagem.

Limitações reais da solução

Apesar de impressionante, a solução tem limitações físicas e técnicas — e a ZOTAC não tenta escondê-las. A mais óbvia é o limite de potência. O design foi pensado para cerca de 180 a 200W no máximo. Isso atende placas como a RTX 4060 Ti ou a RTX 5060 Ti, mas não placas de classe superior.

Por exemplo, o modelo Magnus equipado com RTX 5070 Ti exige um conector 12V-2x6, além de ter um gabinete maior. Isso reforça que o slot híbrido não tem capacidade para GPUs que ultrapassam 220W a 250W de consumo.

Outro ponto importante é o resfriamento. Embora a RTX 5060 Ti consiga receber 180W, o gabinete diminuto de 2,65 litros não é capaz de dissipar esse calor por períodos prolongados. Em testes, a GPU alcança bons resultados, mas não consegue manter clocks máximos por muito tempo quando submetida a cargas pesadas.

E o overclock? Na prática, quase impossível

O software da ZOTAC de fato permite elevar o limite de energia da GPU em cerca de 11%, mas isso é apenas teórico. Na prática, o sistema térmico trava o avanço. O ar quente acumulado dentro do gabinete impede que a placa opere no limite de potência por muito tempo, anulando qualquer tentativa de overclock consistente.

Portanto, embora a tecnologia permita alimentar a GPU com mais energia, o corpo físico do mini PC não tem como dissipar esse calor adicional. O gargalo não está na interface PCIe, mas sim no volume interno extremamente limitado.

Existe algo parecido no mercado hoje?

A resposta é simples: não. Nenhuma solução atual copia o que a ZOTAC fez. Há tendências semelhantes, como os conectores traseiros das placas BTF da ASUS, mas o propósito é outro. No caso ASUS, o objetivo é esconder cabos. No caso ZOTAC, o objetivo é abolir cabos.

Outro ponto que diferencia essa abordagem é a divisão física e lógica do slot, algo que não faz parte de nenhum padrão estabelecido. Portanto, trata-se de uma solução genuinamente proprietária, adaptada exclusivamente para este mini PC.

Conclusão: uma inovação real com impacto prático

A ZOTAC conseguiu fazer algo que parecia improvável: rodar uma RTX 5060 Ti de desktop usando somente um slot PCIe modificado. A ideia pode até parecer simples, mas envolve engenharia complexa, validação elétrica, compatibilidade térmica e um design enxuto capaz de comportar todo o conjunto em apenas 2,65 litros.

No fim das contas, o ganho de espaço é enorme. A ausência do cabo 8-pin reduz a complexidade do hardware e abre portas para mini PCs cada vez mais potentes. A limitação térmica é real, mas previsível — e não diminui a importância da inovação apresentado no Magnus EN275060TC.

Talvez esta tecnologia não chegue ao mercado mainstream de forma imediata. No entanto, ela mostra um caminho possível, especialmente para máquinas compactas e setups limpos. Se outros fabricantes seguirem essa direção, podemos ver uma nova geração de PCs sem cabos de energia dedicados para a GPU, algo que parecia distante até agora.

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